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Por Que Jesus Teve Que Morrer?

Além disso, o que o derramamento de sangue tem a ver com o perdão dos pecados?

A morte de Cristo está no centro da mensagem do Evangelho. Em sua etimologia grega, Evangelho significa “boa mensagem” ou, comumente traduzido, “boas novas ou boas notícias”. Paulo resume a mensagem do Evangelho em 1 Coríntios 15. Parafraseando, Paulo diz em poucas palavras:

“Vou explicar a vocês a mensagem das boas novas que lhes preguei, a mesma que vocês receberam, e se acreditarem nessa mensagem, terão a vida eterna, e se não acreditarem, não terão a vida eterna”.

Em seguida, ele explica a mensagem em si:

“Que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; e que apareceu a Cefas e depois aos doze.”

Por que isso é uma “boa notícia”? Em primeiro lugar, porque existem más notícias. A boa notícia do cristianismo nunca fará sentido sem primeiro entender em que consistem as más notícias. E as más notícias são estas:

“VOCÊ NÃO É UMA PESSOA BOA

Acho que, especialmente para a sociedade moderna, é muito difícil aceitar que não somos bons. Já discuti isso em detalhes aqui. Se você não acredita, convido-o a ler esta seção com atenção antes de continuar.

O cristianismo pode ser resumido da seguinte forma:

“Deus criou os seres humanos com livre arbítrio, dando-lhes o Paraíso, mas eles abusaram de sua liberdade, desconfiaram de Deus e se rebelaram contra ele, trazendo imenso sofrimento para si mesmos e para os outros. Como a rebelião não pode ser simplesmente perdoada, Jesus morreu pelos seres humanos rebeldes. Agora, os seres humanos que confiam em Deus aprendem o horror da rebelião ao experimentar seus resultados devastadores. Eles também aprendem a vencer o mal com o bem. Esse conhecimento os prepara para serem herdeiros dignos do Reino de Deus, onde usarão seu livre arbítrio com retidão e reinarão com Cristo para todo o sempre.”

Há dois pontos-chave aqui. Em primeiro lugar, Deus criou os seres humanos para desfrutar de Sua presença. Ao nos unirmos a Deus, nos unimos a tudo o que é bom, perfeito e à fonte mais pura do amor. Esse é o objetivo de Deus para nosso próprio benefício. Deus nos projetou para funcionar em união com Ele.

Segundo, Deus nos deu a liberdade de permanecer unidos a Ele ou de nos rebelarmos. E a rebelião e a maldade humanas criaram uma distância entre Deus e nós. Por um lado, Deus quer que passemos a eternidade com Ele. Por outro lado, seria injusto perdoar os seres humanos maus e deixá-los entrar em Sua presença. Além disso, se alguém não quiser estar na presença de Deus, Ele não o forçará. Em nosso estado natural, nós, seres humanos, estamos separados de Deus por nossa maldade.

O plano para a redenção dos seres humanos começa no Antigo Testamento. Deus escolhe o povo judeu com o propósito de se revelar e abençoar “todas as nações da Terra”. Ele faz isso dando-lhes uma lista de regras (a Lei) que incluía os 10 mandamentos, mas se expandia para mais de 613 regras. Também estabeleceu um sistema de expiação, purificando ou limpando o povo do mal e do pecado, que exigia o derramamento do sangue de um cordeiro. A lei e o sistema de expiação tinham dois propósitos: por um lado, mostravam aos seres humanos que o padrão moral da bondade é impossível de ser cumprido. Não somos apenas culpados, mas incapazes de escapar desse mal por nossos próprios esforços. Por outro lado, mostra que o perdão dos pecados e a reconciliação dessa maldade exigem um sacrifício de sangue. Na Páscoa judaica, era o sangue de um cordeiro espalhado nas portas das casas que protegia os judeus do julgamento de Deus. Da mesma forma, a morte de Jesus e seu sangue simbolizam os elementos da ceia da Páscoa.

Não é por acaso que Jesus escolheu a Páscoa como o ponto culminante de seu ministério. Ao celebrar sua última ceia pascal com seus discípulos,

“Ele pegou o pão… e o deu a eles, dizendo: ‘Tomem, isto é o meu corpo’. E, pegando o cálice, ele o deu a eles, e todos beberam dele. E ele lhes disse: ‘Este é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos’.” (Marcos 14:22-24).

Jesus viu sua morte simbolizada nos elementos da refeição da Páscoa. Foi o sangue do cordeiro pascal, espalhado nas ombreiras das portas das casas judaicas, que salvou o povo judeu do julgamento de Deus no Egito. Além disso, a expressão “o sangue da aliança” nos lembra as palavras de Moisés na inauguração da antiga aliança (Êxodo 24:8). Jesus, o Messias, inaugura com sua morte a nova aliança profetizada por Jeremias (Jeremias 31:31-34), que trará restauração e libertação do pecado e do mal.

Por que então sacrificar um animal inocente?

A resposta curta é que a morte é a punição justa e correta para o pecado e o mal. No sistema sacrificial, alguns pensam que o animal morre no lugar da pessoa ou das pessoas que oferecem o sacrifício. Não é esse o caso, mas sim que o animal sofre em si mesmo o que a pessoa que oferece o sacrifício deveria ter sofrido. Naquela época, o sacerdote aspergia o sangue do animal sacrificado no altar, indicando pelo menos que a vida do animal (e seu sangue) havia sido oferecida a Deus como sacrifício para expiar os pecados da pessoa que oferecia o sacrifício.

Levítico 17:11 explica o significado do sangue com mais detalhes neste contexto:

Porque a vida da carne está no sangue, e eu o dei a vocês sobre o altar para fazer expiação por suas almas; pois é o sangue que faz expiação pela alma.

Em conclusão, o sangue do sacrifício expia os pecados do povo. E expiação, como já mencionamos, significa “limpar”, “cancelar”, “anular” ou “purificar” o pecado ou o mal.

A expiação também tem o propósito não apenas de purificar, mas também de reconciliar com Deus. Esse é o cerne da mensagem do Evangelho. A morte de Jesus (o Cordeiro de Deus) nos reconcilia com Deus. Mas como a morte de Jesus na cruz nos reconcilia com Deus? Esse é o significado da expiação no sentido de reconciliação. Jesus viu sua morte como um sacrifício expiatório a Deus, semelhante aos sacrifícios de animais do Antigo Testamento que eram oferecidos no tabernáculo e, mais tarde, no templo, que serviam para purificar o povo do pecado e da impureza. Da mesma forma, Jesus considerou sua morte como um sacrifício expiatório que purificou o mundo de seus pecados e, assim, o reconciliou com Deus.

Existem vários modelos que explicam a expiação de Jesus. O adotado pelos reformadores é o chamado modelo da Substituição Criminal:

O modelo indica que nós, seres humanos, somos culpados perante Deus por nossos pecados e, portanto, merecedores de punição, e que nenhum de nós pode ser perdoado e absolvido por Deus sem que essa punição seja satisfeita. Assim, Cristo (tendo uma natureza divina) assumiu a natureza humana (Filipenses 2:6-11) e, como era sem pecado, pôde se oferecer para assumir um e punição em nosso lugar. Assim, Cristo pagou a pena pelos pecados da humanidade, permitindo que Deus nos oferecesse o perdão gratuito de nossos pecados e a reconciliação com Ele. Toda pessoa que aceita o sacrifício de Jesus e coloca sua confiança (fé) (Efésios 2:8-9) Nele obtém uma nova natureza (2 Coríntios 5:17) com sua dívida cancelada (Colossenses 2:14) e é adotada como Filho de Deus (João 1:12).

Escrito por:

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Chris Du-Pond

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