A Confiança na Razão Humana
Se você ler os comentários em várias postagens deste blog, verá tanto ateus quanto cristãos acusando uns aos outros de cometerem “falácias lógicas”. A suposição que ambos os lados estão fazendo é que existe um reino objetivo da razão lá fora que: 1) todos nós temos acesso; 2) nos diz a verdade sobre o mundo real; e 3) é algo que devemos usar corretamente se quisermos saber a verdade. Acho que essas são boas suposições. Minha pergunta para os ateus é: como vocês justificam essas suposições se Deus não existe?
O Problema do Materialismo Filosófico
Se o materialismo ateísta for verdadeiro, parece-me que a própria razão se torna impossível. Pois, se os processos mentais não passam de reações químicas no cérebro, então não há razão para acreditar que qualquer coisa seja verdadeira (incluindo a própria teoria do materialismo). As substâncias químicas não podem avaliar se uma teoria é verdadeira ou não. As substâncias químicas não raciocinam, elas reagem.
Isso é irônico porque os ateus – que muitas vezes afirmam ser campeões da verdade e da razão – tornaram a verdade e a razão impossíveis com sua teoria do materialismo. Portanto, mesmo quando os ateus estão certos sobre algo, sua visão de mundo não nos dá motivos para acreditar neles, pois a própria razão é impossível em um mundo governado apenas por forças químicas e físicas.
Fé e Razão: Inseparáveis?
Não apenas a razão é impossível em um mundo ateísta, mas também a afirmação típica dos ateus de que devemos confiar somente na razão não pode ser justificada. Por que não? Porque a razão, na verdade, exige fé. Como J. Budziszewski aponta em seu livro What We Can’t Not Know (O Que Não Podemos Não Saber), “O lema ‘Somente a Razão!’ é um absurdo de qualquer forma. A razão, por si só, pressupõe fé. Por quê? Porque uma defesa da razão pela própria razão é circular e, portanto, inútil. Nossa única garantia de que a razão humana funciona é Deus, que a criou.”
A Origem da Razão Humana
Vamos desvendar o argumento de Budziszewski considerando a fonte da razão. Nossa capacidade de raciocinar pode vir de apenas uma de duas fontes: ou nossa capacidade de raciocinar surgiu de uma inteligência preexistente ou não surgiu, e nesse caso surgiu de uma matéria sem mente. Os ateus/darwinistas/materialistas acreditam, pela fé, que nossas mentes surgiram de matéria sem mente, sem intervenção inteligente. Eu digo "pela fé" porque isso contradiz todas as observações científicas, que demonstram que um efeito não pode ser maior do que sua causa. Você não pode dar o que você não tem, mas os ateus acreditam que matéria morta e sem inteligência produziu, por si só, vida inteligente. Isso é como acreditar que a Biblioteca do Congresso resultou de uma explosão em uma gráfica.
Acho que faz muito mais sentido acreditar que a mente humana foi feita à imagem da Grande Mente — Deus. Em outras palavras, nossas mentes podem apreender a verdade e raciocinar sobre a realidade porque foram construídas pelo Arquiteto da verdade, da realidade e da própria razão.
Portanto, tenho duas perguntas para os ateus: 1) Qual é a fonte dessa realidade imaterial conhecida como razão que todos nós estamos pressupondo, utilizando em nossas discussões e acusando uns aos outros de violar ocasionalmente? e 2) Se não há Deus e não somos nada além de substâncias químicas, por que deveríamos confiar em qualquer coisa que pensamos, incluindo o pensamento de que Deus não existe?