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Jesus, os Cristãos e a Política

Neste artigo provocador, o Dr. Frank Turek questiona a ideia de que Jesus seria apolítico e defende que cristãos têm o dever de se envolver na vida pública. A partir de uma comparação com os líderes políticos contemporâneos, ele mostra que o verdadeiro Jesus foi direto, firme e confrontador com os poderosos de sua época — os fariseus, que eram tanto autoridades religiosas quanto políticas. Turek argumenta que a cosmovisão cristã é a única capaz de sustentar os direitos inalienáveis dos indivíduos, como a liberdade e a igualdade. O artigo também destaca casos recentes de violações da liberdade religiosa nos Estados Unidos, mostrando que a omissão dos cristãos na política pode custar caro à própria fé. Com uma linguagem clara e direta, o autor convoca os leitores a serem sal e luz também na política — não para impor uma teocracia, mas para defender a liberdade e a justiça com base na verdade cristã.

Jesus Se Envolveu Com Política?

O Congresso dos Estados Unidos estava em uma rara sessão conjunta. Todos os 435 deputados e 100 senadores estavam presentes, e as câmeras da C-SPAN-TV estavam ligadas. Os membros estavam reunidos para ouvir o discurso de um descendente de George Washington. Mas o que esperavam ser um discurso educado com reflexões patrióticas e históricas logo se transformou em uma repreensão televisionada. Com um dedo em riste e olhares severos, o neto de sétima geração de Washington declarou:

“Ai de vocês, hipócritas egoístas! Vocês estão cheios de ganância e autoindulgência. Tudo o que fazem é para aparecer: fazem discursos pomposos e se apresentam diante dessas câmeras de TV. Vocês exigem o lugar de honra nos banquetes e os assentos mais importantes onde quer que vão. Adoram ser cumprimentados em seus distritos e que todos os chamem de “Senador” ou “Deputado”. Por fora, vocês parecem justos, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade! Vocês dizem que querem limpar Washington, mas assim que chegam aqui, tornam-se duas vezes mais filhos do inferno do que aquele que substituíram!”

“Ai de vocês, legisladores, hipócritas! Vocês não praticam o que pregam. Colocam fardos pesados sobre os cidadãos, mas depois optam por não cumprir suas próprias leis!”

“Ai de vocês, idiotas federais! Vocês fazem um juramento de apoiar e defender a Constituição, mas depois anulam a Constituição confirmando juízes que criam suas próprias leis.”

“Ai de vocês, hipócritas cegos! Vocês dizem que, se tivessem vivido na época dos Pais Fundadores, jamais teriam participado com eles da escravidão. Vocês dizem que nunca teriam concordado que os escravos eram propriedade de seus senhores, mas teriam insistido que eles eram seres humanos com direitos inalienáveis. Mas condenam a si mesmos, pois hoje dizem que crianças não nascidas são propriedade de suas mães e que não têm direito algum! Sobre vocês recairá todo o sangue justo que foi derramado neste país. Serpentes! Raça de víboras! Vocês deixaram esta grande câmara desolada! Como escaparão da condenação do inferno?”

É claro que esse discurso nunca aconteceu de fato. Quem seria tão rude e grosseiro para se dirigir aos líderes da nação dessa forma? Certamente ninguém que afirme ser cristão. Você tem certeza?

Jesus disse algo muito parecido. O quê? O doce e gentil Jesus? Exatamente. Se você ler o capítulo 23 de Mateus, verá que grande parte do meu discurso fictício foi adaptado do discurso real que Jesus fez aos fariseus. Ao contrário do Jesus covarde inventado hoje por aqueles que querem uma desculpa para serem eles mesmos covardes, o verdadeiro Jesus ensinava com autoridade e não tolerava o erro. Quando as pessoas estavam erradas, Jesus as corrigia e, às vezes fazia isso cara a cara.

Ser Sal e Luz Inclui a Política?

Embora Jesus fosse geralmente mais diplomático, ele sabia que às vezes era preciso ser direto com as pessoas. Às vezes é necessário ir direto ao ponto, em vez de contornar os assuntos. Na verdade, se você não for direto, corre o risco de permitir que as pessoas continuem em seu caminho alegremente, destruindo a si mesmas e à nação.

"Ah, mas Jesus não diria esse tipo de coisa aos políticos", você diz. "Ele não se envolveria em política."

Pense de novo.

Quem eram os fariseus? Eles não eram apenas os líderes religiosos, mas também os líderes políticos de Israel! Quer dizer que Jesus se envolvia com política? Sim! Paulo também. Ele se dirigiu aos líderes políticos de sua época e até usou os privilégios de sua cidadania romana para se proteger e promover o evangelho.

Mas Jesus não disse: "Dai a César"? Sim. E daí? Todos nós devemos pagar impostos. Mas isso não significa que não devemos nos envolver na política. Em nosso país, você não pode apenas eleger "César", você pode ser "César"!

Jesus nos disse para sermos "sal" e "luz", e ele não disse para sermos sal e luz em tudo, exceto na política. Os cristãos devem ser sal e luz em tudo o que fazem, seja em sua igreja, em seus negócios, em sua escola ou em seu governo.

A Participação Política Cristã Ameaça a Liberdade dos Outros?

Isso não significa estabelecer uma "teocracia". Os cristãos devem ser grandes protetores da liberdade, inclusive da liberdade de religião – e não a de eliminar qualquer influência da religião na sociedade. Na verdade, ter cristãos envolvidos no governo é vantajoso até mesmo para os não cristãos. Como assim?

Somente a cosmovisão cristã garante os direitos inalienáveis do indivíduo baseados em Deus – direitos que incluem o direito à vida, à liberdade, à igualdade de tratamento e à liberdade religiosa. O Islã não fará isso. O Islã significa submissão a Alá e à lei da Sharia. Ele não protege os direitos individuais. Tampouco o Hinduísmo (com seu sistema de castas) ou o secularismo extremo, que não oferece meios de fundamentar os direitos em nada além dos caprichos de um ditador. Somente o Cristianismo fundamenta os direitos do indivíduo em Deus e também percebe que, como Deus não força ninguém a aderir a um conjunto de crenças religiosas, o governo também não deveria.

A Política Afeta a Pregação do Evangelho?

Muitas vezes ouço cristãos afirmando que devemos apenas "pregar o evangelho" e não nos envolver na política. Esse não é apenas um falso dilema; é estúpido (que tal isso para ser direto?). Se você acha que "pregar o evangelho" é importante, como eu acho, então você deve pensar que a política também é importante. Por quê? Porque a política e a lei afetam sua capacidade de pregar o evangelho! Se não acredita, vá a alguns dos países que já visitei – Irã, Arábia Saudita, China. Lá, você não pode pregar o evangelho legalmente – nem praticar sua religião livremente – porque politicamente isso foi proibido.

Isso já está acontecendo aqui. Há vários exemplos em que as liberdades religiosas foram usurpadas pela ortodoxia homossexual. Neste verão, uma aluna cristã foi removida do programa de aconselhamento da Eastern Michigan University (uma escola pública) porque, devido às suas convicções religiosas, ela se recusou a afirmar a homossexualidade diante de possíveis clientes. Um juiz concordou com isso (um caso semelhante está pendente na Geórgia). Em Massachusetts, uma instituição católica de adoção foi fechada por se recusar a entregar crianças para casais homossexuais, conforme exigência do estado. Em Ohio, a diretora de RH da Universidade de Toledo, Crystal Dixon, foi demitida por escrever uma carta ao editor de um jornal local que discordava da prática homossexual.

Mais violações à liberdade religiosa virão das pessoas que estão no poder atualmente. A ativista lésbica Chai Feldbaum, nomeada por Obama para o EEOC, disse recentemente sobre o conflito inevitável entre homossexualidade e liberdade religiosa: "Estou tendo dificuldade em pensar em qualquer caso em que a liberdade religiosa deva vencer". Que bela tolerância. As pessoas que dizem lutar por tolerância são as mais intolerantes e totalitárias da política.

O Cristão Deve Votar ou Se Calar?

Envolver-se com política é necessário, nem que seja para proteger sua liberdade religiosa — e as liberdades de todos. Então, se você é cristão, siga o exemplo de Cristo — denuncie hipócritas e tolos, e vote contra eles na próxima eleição!

Ah, quase me esqueci. Se você é pastor e está preocupado com o status de isenção de impostos da sua igreja, lembre-se de duas coisas:

Você tem mais liberdade do que imagina para falar sobre questões políticas e morais no púlpito, e;

Mais importante ainda, você foi chamado para ser sal e luz, não para ser isento de impostos.

Se você quiser conhecer a defesa da participação política cristã, obtenha Jesus Is Involved In Politics! (Jesus está Envolvido na Política) de Neil Mammen.

Cristãos e Política – Este artigo de Frank Turek desafia a visão comum de que Jesus foi indiferente à política. Com base em Mateus 23, Turek compara o discurso de Jesus aos fariseus com uma hipotética repreensão aos políticos modernos, revelando a firmeza de Cristo diante da hipocrisia. Ele mostra que os fariseus eram líderes políticos, e que tanto Jesus quanto Paulo se engajaram com as autoridades civis. O texto enfatiza a importância do envolvimento cristão na política para proteger direitos fundamentais, especialmente a liberdade religiosa. O autor conclui convocando os cristãos a exercerem influência pública de forma consciente, corajosa e fundamentada na cosmovisão bíblica.

Escrito por:

Picture of Frank Turek, PhD.

Frank Turek, PhD.

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