Como Você Define a Feminilidade?
Vivemos em uma cultura que perdeu o senso do que significa ser mulher. Na verdade, perdeu completamente a definição. Agora, a feminilidade é uma fantasia que qualquer pessoa pode vestir, uma identidade que pode ser reivindicada com base em sentimentos ou cirurgias plásticas.
Mas essa confusão cultural não começou com a ideologia de gênero. O que vemos na ideologia de gênero é apenas o fruto de uma questão mais profunda: uma crise de identidade que começou quando Deus e Seu propósito foram deixados de lado. Começou quando substituímos a Palavra de Deus por nossas próprias ideias, trocamos Sua verdade pela autoexpressão e transformamos a feminilidade bíblica em uma lista de estética, em vez de um ato de adoração.
O Que é Feminilidade Bíblica?
Nos círculos cristãos, já ouvi mulheres descreverem a feminilidade bíblica em termos de vozes suaves, saias, véus ou ser “guardiãs do lar”. Mas essas são preferências, não mandamentos. O problema é que colocamos tanta ênfase na aparência externa e nos papéis tradicionais que negligenciamos o que a Bíblia realmente ensina.
A feminilidade bíblica não é definida pela aparência da mulher, mas por como ela reflete o desígnio de Deus.
Em Gênesis 1:27, lemos: “E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Logo de cara, vemos que homens e mulheres são feitos à imagem de Deus. É aí que começa a identidade — não nos papéis, mas no reflexo.
Nossa identidade como mulheres vem do fato de termos sido criadas por Deus, para Deus e à sua imagem. Não por sermos mães. Não por sermos esposas. Essas são vocações lindas, mas não são a raiz da nossa identidade.
E quando a Bíblia fala sobre a feminilidade, ela não nos dá uma lista de estereótipos de gênero a serem seguidos. Quando dizemos que queremos ser mulheres bíblicas, temos que nos perguntar o que isso significa com base nas Escrituras.
Sejamos honestas: a feminilidade vem sendo atacada há muito tempo. Mas a maneira como respondemos é importante. Não precisamos combater a confusão com mais confusão. Precisamos ter clareza sobre o desígnio de Deus, Sua Palavra e Seu propósito para as mulheres.
É por isso que me incomoda quando reduzimos a feminilidade bíblica a decoração da casa e vestidos longos. Quando fazemos isso, não somos melhores do que a cultura que conclui que a feminilidade é definida por maquiagem e cabelos longos. A modéstia é importante? Claro. Mas a modéstia tem a ver com o coração antes de ter a ver com o comprimento da saia. Tito 2 não diz às mulheres para serem caladas e bonitas. Diz às mulheres mais velhas para ensinarem às mais jovens como amar seus maridos e filhos, ser autocontroladas e puras, e administrar bem seus lares.
Todas as Mulheres Solteiras
Se você é solteira, ainda está caminhando plenamente na feminilidade bíblica quando submete sua vida a Cristo, serve ao Seu reino e vive com propósito.
Seu chamado é refletir a imagem de Deus como mulher, em qualquer fase da vida em que você se encontre. Isso significa cultivar sabedoria, andar em santidade e apontar outras pessoas para Cristo.
Submissão
E temos que falar sobre submissão. Eu sei, é uma palavra que deixa as pessoas desconfortáveis. Mas submissão não é opressão — é ordem.
Em Efésios 5, Paulo escreve sobre a maneira como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. E logo antes de dizer às esposas que se submetam aos seus maridos, ele diz: “Submetam-se uns aos outros por reverência a Cristo”.
A submissão bíblica trata de honrar o desígnio de Deus para o casamento, não de silenciar as mulheres ou tirar-lhes a força.
Jesus se submeteu à vontade do Pai — e Ele era totalmente Deus. Submissão não é igual a inferioridade. É parte da ordem divina de Deus.
Mas deixe-me ser clara: submissão nunca significa tolerar abusos. Deus não chama as mulheres para serem capachos. Ele nos chama para sermos sábias, perspicazes e ousadas em nossa fé.
A Verdadeira Questão
Então, aqui está a verdadeira questão: estamos refletindo o desígnio de Deus ou estamos perseguindo ideais culturais — sejam eles do mundo ou de dentro da Igreja?
A feminilidade bíblica não significa tornar-se alguém que você não é. Significa viver em total submissão àquilo que Deus criou você para ser.
Precisamos levantar mulheres que conheçam a Bíblia, que amem a verdade mais do que as tendências e que não tenham medo de se posicionar por esta geração.
Porque o que está em jogo é o seguinte: quando entendemos mal a feminilidade, deturpamos a imagem de Deus. E quando entendemos corretamente, mostramos ao mundo um vislumbre do evangelho.
Portanto, não, a feminilidade bíblica não tem a ver com maquiagem ou títulos. Tem a ver com identidade, propósito e obediência. O mundo está confuso sobre o que significa ser mulher. Mas Deus não está. E nós também não devemos estar.