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A Bíblia: Embaraçosa e Verdadeira (Parte 2)

Neste artigo, o Dr. Frank Turek continua sua análise sobre a confiabilidade dos documentos do Novo Testamento, concentrando-se em um detalhe muitas vezes negligenciado: o embaraço. Ele argumenta que, se os autores do Novo Testamento estivessem inventando uma história sobre a ressurreição de Jesus, jamais teriam se retratado como tolos, covardes ou incrédulos — muito menos teriam colocado as mulheres como as primeiras testemunhas do túmulo vazio. Utilizando exemplos marcantes dos Evangelhos, Turek mostra como a abundância de relatos embaraçosos reforça a evidência da ressurreição. De Pedro sendo repreendido por Jesus até a recusa inicial dos discípulos em crer na ressurreição, o artigo revela como esses detalhes desconfortáveis não apenas tornam o relato mais humano, mas também mais verdadeiro. Uma leitura essencial para quem busca entender por que o Novo Testamento resiste tão bem ao ceticismo moderno.

Detalhes Embaraçosos e a Credibilidade dos Evangelhos

Os documentos do Novo Testamento dizem a verdade sobre o que realmente aconteceu no primeiro século? Como escrevi em minha última coluna, autores que afirmam estar escrevendo história dificilmente inventariam detalhes embaraçosos sobre si mesmos ou sobre seus heróis. Como os documentos do Novo Testamento estão repletos de detalhes embaraçosos, podemos estar razoavelmente certos de que eles estão dizendo a verdade.

Discípulos de Jesus: Fracos, Medrosos e Falhos

Observe que os discípulos frequentemente se descrevem como tolos. Eles não conseguem entender o que Jesus está dizendo várias vezes e não compreendem qual é a missão dele até depois da ressurreição. Essa falta de entendimento é tão grande que até o líder deles, Pedro, recebe a repreensão mais severa de Jesus: “Afaste-se de mim, Satanás!” (Que ótima publicidade os discípulos deram ao seu líder e primeiro Papa! Ao contrário da opinião popular, parece que a igreja realmente não tinha controle editorial das escrituras, afinal de contas).

Depois que Jesus lhes pede para ficarem acordados e orarem com ele em sua maior hora de necessidade, os discípulos adormecem não uma, mas duas vezes! Depois, após prometerem fidelidade até o fim, Pedro nega Cristo três vezes e todos, exceto um, fogem.

Os discípulos assustados, dispersos e céticos não fazem nenhum esforço para dar a Jesus um enterro adequado. Em vez disso, dizem que um membro do Sinédrio que condenou Jesus à morte que foi o nobre – José de Arimateia enterra Jesus em um túmulo judeu (o que teria sido fácil para os judeus refutarem se não fosse verdade). Dois dias depois, enquanto os homens ainda estão escondidos, as mulheres descem e descobrem o túmulo vazio e que Jesus ressuscitou.

Se Fosse Uma Invenção, a História Seria Bem Diferente

Quem escreveu tudo isso? Homens – alguns dos homens que eram personagens da história. Agora, se você fizesse parte de um grupo de homens tentando passar uma falsa história de ressurreição como verdadeira, você se retrataria como tolos, desastrados, repreendidos, preguiçosos, céticos e covardes, que fugiram ao primeiro sinal de perigo, enquanto as mulheres foram as corajosas que descobriram o túmulo vazio e o Jesus ressuscitado?

 

Se os homens estivessem inventando a história da ressurreição, ela seria mais ou menos assim:

Jesus veio para salvar o mundo e precisava de nossa ajuda. É por isso que estivemos ao seu lado em cada passo do caminho. Quando ele precisava, nós orávamos com ele. Quando ele chorou, choramos com ele (e lhe dissemos para ser mais forte!). Quando ele caiu, nós carregamos sua cruz. As portas do inferno não poderiam nos impedir de levar sua missão até o fim!

Então, quando aquele traidor Judas trouxe os romanos (sempre suspeitamos de Judas) e eles começaram a pregar Jesus na cruz, nós rimos deles. "Ele é Deus, seus idiotas! A sepultura nunca vai detê-lo! Vocês acham que estão resolvendo um problema, mas na verdade estão criando um problema muito maior!"

Enquanto tranquilizávamos as mulheres dizendo que tudo acabaria bem, elas não conseguiram lidar com a crucificação. Sensíveis e assustadas, correram para casa gritando e se trancaram atrás de portas fechadas.   

Mas nós, homens, permanecemos firmes ao pé da cruz, orando por horas até o fim. Quando Jesus finalmente deu seu último suspiro e o centurião romano confessou que Jesus era Deus, Pedro o confrontou: “Foi o que te dissemos antes de você pregá-lo aí!” (Durante todo esse processo, os romanos e os judeus simplesmente não ouviram!)

Sem nunca duvidar de que Jesus ressuscitaria no terceiro dia, Pedro anunciou ao centurião: "Vamos enterrá-lo e voltaremos no domingo. Agora vá dizer a Pilatos para colocar alguns de seus guardas romanos de 'elite' no túmulo para ver se vocês conseguem impedir que ele ressuscite dos mortos!" Todos nós rimos e começamos a sonhar com o domingo.

Naquela manhã de domingo, marchamos até o sepulcro e expulsamos os guardas romanos de elite. Em seguida, a pedra (que precisou de onze de nós para ser colocada no lugar) rolou sozinha. Um Jesus resplandecente saiu do túmulo e disse: “Sabia que vocês viriam! Minha missão está cumprida.” Ele elogiou Pedro por sua liderança corajosa e nos parabenizou por nossa grande fé. Depois voltamos para casa e consolamos as mulheres tremendo de medo.

Evidências do Novo Testamento Sobre Jesus

Existem outros eventos nos documentos do Novo Testamento sobre Jesus que também são improváveis de terem sido inventados. Por exemplo, Jesus:

É considerado "fora de si" por sua própria família, que veio buscá-lo para levá-lo para casa (Mc 3:21,31).

É abandonado por muitos de seus seguidores depois de dizer que os seguidores devem comer sua carne e beber seu sangue. (João 6:66).

Não é crido por seus próprios irmãos (Jo 7:5). (A incredulidade virou fé após a ressurreição — historiadores antigos dizem que o irmão de Jesus, Tiago, morreu como mártir sendo o líder da igreja em Jerusalém em 62 d.C.).

É considerado um enganador (João 7:12).

Desencoraja os crentes judeus a ponto de eles quererem apedrejá-lo (João 8:30-59).

É chamado de "louco" (João 10:20).

É chamado de "beberrão" (Mt. 11:19).

É chamado de "endemoninhado" (Mc 3:22, Jo 7:20, 8:48).

Tem seus pés enxugados com os cabelos de uma prostituta, o que facilmente poderia ter sido interpretado como uma investida sexual (Lc 7:36-39).

É crucificado, apesar de que “todo aquele que for pendurado no madeiro está debaixo da maldição de Deus” (Dt 21:23).

Se você está inventando um Messias para os judeus, não diz esse tipo de coisa sobre ele. Você também não admitiria que alguns de vocês “ainda duvidaram” que Jesus realmente tivesse ressuscitado dos mortos, especialmente enquanto ele está bem na sua frente dando a Grande Comissão (Mt 28:17-19).

Testemunho das Mulheres no Túmulo Vazio

Por fim, alguém tentando passar adiante uma história falsa de ressurreição jamais diria que as mulheres foram as primeiras testemunhas no túmulo. No primeiro século, o testemunho de uma mulher não era considerado igual ao de um homem. Uma história inventada diria que os homens – os homens corajosos – haviam descoberto o túmulo vazio. No entanto, todos os quatro evangelhos dizem que as mulheres foram as primeiras testemunhas – tudo isso enquanto os homens cheios de medo tinham suas portas trancadas por medo dos judeus. (Depois que fiz essa observação durante uma apresentação, uma senhora me disse que sabia por que Jesus apareceu primeiro para as mulheres. "Por quê?" perguntei. Ela respondeu: "Porque ele queria que a história fosse divulgada!")

Por Que a Ressurreição de Jesus é a Melhor Explicação?

À luz desses detalhes embaraçosos – juntamente com o fato de que os documentos do Novo Testamento contêm depoimentos de testemunhas oculares, pelos quais os escritores deram suas vidas – é preciso mais fé para acreditar que os escritores do Novo Testamento não estavam dizendo a verdade.

(Esta coluna foi publicada originalmente em www.Townhall.com)

Evidência da Ressurreição – O Dr. Frank Turek explora os detalhes embaraçosos nos Evangelhos como fortes indícios da veracidade da ressurreição de Cristo. Ao destacar como os próprios autores se retratam como incrédulos, frágeis e até mesmo tolos diante dos eventos, o artigo mostra que seria improvável que tais descrições fossem inventadas. Mulheres são apresentadas como as primeiras testemunhas — algo culturalmente impensável no primeiro século. A ausência de heroísmo entre os apóstolos, a presença de dúvidas mesmo após a ressurreição e a franqueza sobre o sofrimento de Jesus desafiam a lógica de uma narrativa fabricada. Esses elementos, aliados ao martírio dos autores, sugerem fortemente que eles estavam dizendo a verdade. Turek conclui que aceitar essa narrativa como inventada exige mais fé do que acreditar que é verdadeira.

Escrito por:

Picture of Frank Turek, PhD.

Frank Turek, PhD.

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